domingo, 12 de abril de 2009

O caminhar do tempo



A senhora tristonha, dos cabelos grisalhos, sentou-se na praça da Sé.
Lembrou-se dos tempos de criança, admirou as Andorinhas e saboreou um café.

Debruçou-se sobre a balustrada nas laterais do Lacerda e chorou.
Recordou-se dos boêmios daquele antigo milênio que num piscar de olhos passou.

Avistou o São Marcelo, e não via mais suas ruínas.
Olhou as grandes e modernas embarcações e não viu o pescador.

Em voz alta e tom confuso pensou: É tudo tão novo! Só eu que envelheço Senhor?
- É a tecnologia minha senhora - respondeu o Batuqueiro que por ali passava e ainda retrucou:
- Não está vendo esse timbal metalizado? Se foram os tempos do atabaque, levaram os toques do agogô.