segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Olhos meus



Mais distantes do céu que eu

Porque acalento o céu com os olhos

E olhos meus

Arranha céu






quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Poemiometria



Meus olhos fita métrica
Medem o quanto um poema alcança
E os meus dedos leme
Navegam nessas águas
Procurando, procurando....
Um poema pra medir
Mas ainda não sei o tamanho
Pois poema não tem fim, poema é infinito
E até hoje minha poemiometria
Desconhece o alcance da palavra em mim

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Plenitude



A incompletude me rega, me alimenta.
Falta um livro para ler, uma música escutar, um poema a escrever.
A resposta que não foi dada e também aquela que não dei e sempre me sinto incompleto.
Talvez o preenchimento desse vazio, torna-se-ia algo negativo e deixaria a vida sem grandes emoções.
O prazer de caminhar é a procura eterna do que nos completa mesmo sabendo que a plenitude sempre trará um novo tesouro em novos mapas e sempre estaremos escavando a vida.
E a falta de hoje não será a mesma de amanhã, dando espaço a uma nova ausência.
Pois sempre me falta, sou eu a minha falta e o meu melhor habitat.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tentar




Eu só quero escrever....
Letras que você leia, desse poeta sem mão cheia, que acena para ti.

Eu só queria te dizer....
Que hoje eu sei o que te anseia e ainda entendo volta e meia essa ferida que te fiz.

E também sei que você leu....
Aquele texto sem poema, que era apenas meu dilema e que já foi do seu pená

Talvez queria entender....
O motivo da ternura, se mostrei me na armadura enredada de quebrar.


E se um dia ainda me ver....
Recordaremos nosso dia, que fizemos poesia com o meu e seu caetanear.

Eu só queria reeguer....
Algum laço de amizade, mas quiçá já ficou tarde, enobreci com meu tentar.

domingo, 5 de julho de 2009

São João ?




Cadê tu balão?
Fogueira?
Canjica?
Santo João?

Foi num pincel bordão.
Que acenderam a sua estrela, e trouxeram o fevereiro e o carnaval da capitá.
E nessa contra mão.
Quem vai limpar essa sujeira e sacudir essa peneira, pra encontrar essas migalhas que sobrou de arraiá?

E nesse São João....
A sua sanfona andou de ré.
O seu Chapéu virou boné.
E lá se foi o rasta pé.

Ô meu São João!
Eu lamento pelos cantos, desse engodo desencanto que é ocê virar axé.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mundo Mistério







Quem é capaz de compreender esse mundo e seu caminhar oriundo da mais bela interrogação?
Talvez no meu absurdo, eu acredite em tudo que os livros me contam em alto e bom tom.

O moço onisciente, faz que sabe de tudo e dialoga profundo pra tentar me convencer.
Porém o aviso astuto, pro inteligente matuto, poder parar com isso tudo e conseguir entender que o seu "nada sabe" é mais sábio que o seu "sabe muito".

Pra não cansar desse mundo, ele me traz todo dia, questionamentos agudos, que não posso entender.
O que seria de mim, se fosse um ser carrancudo e não amasse essa glória que é de nada saber?

domingo, 12 de abril de 2009

O caminhar do tempo



A senhora tristonha, dos cabelos grisalhos, sentou-se na praça da Sé.
Lembrou-se dos tempos de criança, admirou as Andorinhas e saboreou um café.

Debruçou-se sobre a balustrada nas laterais do Lacerda e chorou.
Recordou-se dos boêmios daquele antigo milênio que num piscar de olhos passou.

Avistou o São Marcelo, e não via mais suas ruínas.
Olhou as grandes e modernas embarcações e não viu o pescador.

Em voz alta e tom confuso pensou: É tudo tão novo! Só eu que envelheço Senhor?
- É a tecnologia minha senhora - respondeu o Batuqueiro que por ali passava e ainda retrucou:
- Não está vendo esse timbal metalizado? Se foram os tempos do atabaque, levaram os toques do agogô.